Moralidade infantil

 

            Distinguir entre certo e errado e agir segundo princípios éticos depende do desenvolvimento da cognição e da afetividade de crianças e jovens.
Pais e professores sempre demonstram satisfação quando seus filhos e alunos são elogiados pela boa educação. Pois no senso comum são esses os responsáveis por garantirem que as crianças colaborem por uma convivência social harmoniosa. Pais e mestres são importantes no papel de mediador para que as crianças tenham um desenvolvimento moral e também no julgamento que as criança tendo que é certo e errado. Mas na prática são as crianças que protagonizam este amadurecimento e elas próprias é que constroem, desde cedo, um conjunto de valores pessoais e tomam as decisões diante dos dilemas morais encontrados no cotidiano.
            Jean Piaget (1896-1980), segundo Gurgel, pesquisou sobre a forma como as crianças lidam com as regras em situações de jogos e dilemas morais, constatou que a construção do sentido de justo e injusto tem ligação com o desenvolvimento cognitivo, conforme as crianças amadurecem, constituem uma moral dita autônoma, pela qual passam a considerar a intencionalidade dos atos.
            As crianças, desde cedo, são orientadas, por um adulto sobre o que é aceitável ou não. Mas as crianças não refletem sobre as regras. Sem condições de analisá-las, geralmente as obedecem por temerem serem  repreendidas. É fundamental aproveitar situações que geram desequilíbrios, para fazer as devidas mediações.
            A afetividade tem relação direta com a construção de valores e com a forma de agir frente a dilemas morais. Pois Piaget, citado por Gurgel, a moral também está ligada aos sentimentos e às emoções. Gurgel cita que, Ulisses Araújo afirma
"O desenvolvimento moral é um sistema dinâmico, um processo não só cognitivo, como afetivo social e cultural. Por mais críticos e conscientes que jovens e adultos sejam em relação à moralidade , ninguém escapa de oscilar entre a moral heterônoma e autônoma em seus atos." Para construir a moral autônoma, a criança e o adolescente precisa de situações que desafiem seu modo de pensar.

REFERÊNCIA
 GURGEL, Thais. Nova Escola. Ano XXIV, nº 227. Nov. 2009, p.88-92.

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