Relações entre a educação moral e intelectual

 Atualmente o problema da indisciplina é uma das maiores queixas de professores de todo país. Alunos agressivos e faltando com respeito para com colegas e professores é a realidade vivenciada dentro das escolas brasileiras.

A falta de disciplina está diretamente ligada com o desenvolvimento da moral do ser humano, que são regras construídas socialmente com base em princípios que visam o bem comum. Cabe atualmente à escola e professores trabalharem questões morais, valores, disciplina e regras, no intuito de propor o diálogo, reflexão e discussão sobre os assuntos citados acima, buscando construir opiniões e não apenas impor de forma a serem cumpridas autoritariamente.

Na visão de Piaget citado por Rangel,

...um valor moral e uma regra de convivência social só serão “reais” para a criança quando ela possuir a liberdade de optar, voluntariamente, por esta regra na sua interação com o meio que favoreça o enfrentamento positivo aos conflitos de convivência, com base no diálogo, no respeito e na participação responsável da criança nos processos de tomada de decisão. (Rangel, 1992, p.63.) 

Para Piaget, segundo Rangel (1992) o desenvolvimento moral está associado ao desenvolvimento intelectual da criança. Para que este desenvolvimento ocorra de maneira concomitante é necessário que a escola estimule, construção individual e coletiva de conhecimento e das regras sociais.

Quando a relação adulto-criança é baseada pelo autoritarismo hierárquico, em que se impera a submissão e falta de diálogo, a falta de controle e a indisciplina passam a ser um problema para esta relação.

            Pais e professores devem compreender que serem autoritários ou ditadores, não contribui para a disciplina das crianças, elas esperam pais e professores com autoridade, que as ouçam e as deixem participar ativamente nas relações estabelecidas.  

REFERÊNCIA

RANGEL, Ana Cristina S. Relações entre a educação moral e intelectual. In: RANGEL, Ana Cristina S. Educação Matemática e a construção do número pela criança. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. p. 59- 89.